Logo após sair do Bangu 3, MC Poze do Rodo decidiu que era hora de dar a volta por cima e se dedicou de corpo e alma à música. No dia 4 de junho, ele lançou “Desabafo 2”, trazendo um clipe que misturava cenas da sua prisão com a sua liberdade.
Essa nova canção marca o retorno do artista em um momento complicado, já que ele está lidando com acusações de apologia ao crime e ligações com o tráfico de drogas. No vídeo, que já está bombando com quase 2,5 milhões de visualizações, Poze sai da cadeia recebendo uma calorosa recepção da multidão e da esposa, a influenciadora Viviane Noronha. E, logo de cara, o clipe provoca uma reflexão: “A cor da pele e o local de origem ainda definem como a polícia enxerga quem só quer viver do próprio talento”.
A letra da música é um verdadeiro grito de resistência. Poze manda a real: “Na sexta-feira a polícia veio na minha porta pra me interrogar / Querendo saber quantos quilos de ouro que eu tenho, mano vai lá / Nada na vida é de graça, eu conquistei foi na raça”. De quebra, ele mostra imagens da polícia tentando controlar a multidão de fãs que lotou os arredores do presídio, enquanto solta seu desabafo em entrevistas.
E não para por aí! Ele dispara: “O que faz eles tremer é o brilho do meu olhar… Avise lá que não vão me parar, estão de olho grande no meu ouro, mas eu sou o verdadeiro tesouro, avisa nessa porra que o dono sou eu”. Outra parte da letra deixa claro: “Nada vai me parar”. Poze foi solto após conseguir um habeas corpus, mas com algumas regrinhas da justiça para seguir.
Falando em justiça, não dá pra esquecer que o verdadeiro nome dele é Marlon Brendon Coelho Couto, e ele acabou sendo detido na casa onde mora com a esposa e os três filhos, lá no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. A operação foi liderada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes, que investiga o envolvimento do cantor com o tráfico e a facção Comando Vermelho.
Segundo a Polícia Civil, os shows de Poze seriam uma manobra para lavar dinheiro e aumentar as vendas de drogas. Eles até dizem que as letras ultrapassam os limites da liberdade de expressão, configurando crimes graves. E a investigação não para por aí, estão de olho na grana que sustenta esses eventos.
Mas a defesa de MC Poze, sob o comando do advogado Fernando Henrique Cardoso, não está pra brincadeira. Ele saiu em defesa do artista, argumentando que há uma perseguição a determinados estilos musicais, como o funk e o trap. “Primeiro criminalizaram o samba, isso não é novidade”, declarou. Ele segue na luta, afirmando que as falas da polícia fazem parte de uma narrativa que busca criminalizar e excluir as manifestações artísticas desses gêneros.
E enquanto as investigações continuam, MC Poze segue usando sua música pra dar a resposta e manter a sua voz ativa no meio dessa polêmica. É isso, pessoal! A música e a luta permanecem!
