Sady Baby, que fez história no cinema popular brasileiro, nos deixou na última sexta-feira, dia 26 de dezembro, aos 71 anos. O artista estava internado há cerca de um mês, se recuperando de um acidente de carro bem complicado que rolou no fim de novembro em Santa Catarina. A triste notícia foi confirmada por amigos mais chegados.
Esse ícone da Boca do Lixo, o famoso polo cinematográfico de São Paulo nos anos 70 e 80, foi um verdadeiro sobrevivente em um período em que as produções estavam se reinventando com muita ousadia e, claro, um toque de picância. Ele não só brilhou nesse cenário, mas se tornou um dos nomes mais conhecidos, fazendo parte de um movimento que, sinceramente, não era para os mais tímidos.
Na década de 80, Sady se jogou de cabeça em várias produções de pornochanchada. Não só atuou, mas também dirigiu e produziu filmes que ficaram na memória do público. E, como se não bastasse, ele dividiu a tela com ninguém menos que Zilda Maya, a musa do movimento, com quem teve um relacionamento que acendeu ainda mais os holofotes sobre sua vida.
Um dos filmes que fez barulho foi “O Escândalo na Sociedade”, lançado em 1984 e dirigido por Arlindo Barreto, o cara que interpretou o palhaço Bozo. Mesmo não sendo um dos grandes sucessos do circuito comercial, Sady se tornou um verdadeiro herói entre os fãs do cinema marginal e os amantes do audiovisual brasileiro. Seu nome sempre vai estar ligado a uma fase onde a criatividade batia o pé e o orçamento era só uma sugestão.
Nascido em Erechim, no Rio Grande do Sul, Sady até teve sua vida contada em uma biografia que saiu em 2018. E já nos anos 2000, ele voltou a ser assunto nas telinhas, frequentemente participando de debates no programa “Superpop”, apresentado por Luciana Gimenez na RedeTV!.
Mas, como em toda boa história, ele também teve seus percalços. Em 2013, Sady foi preso por estar com cartões e documentos falsos, mas isso não apagou sua imagem de personagem icônico das discussões sobre a Boca do Lixo e o cinema alternativo brasileiro. Ele sempre será lembrado como uma figura marcante e cheia de histórias para contar da cultura audiovisual do nosso país.
