A morte do cantor de forró Gutto Xibatada, anunciada pela Prefeitura de Belém, deixou todo mundo chocado e levantou um monte de perguntas sobre a qualidade do atendimento médico que ele recebeu. Com apenas 39 anos, Gutto, o paraense encantador, era famoso por suas canções que misturavam forró com a rica cultura local.
O artista estava internado no Hospital Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti e não conseguiu vencer as complicações da monkeypox, também conhecida como Mpox. Ele começou a mostrar os sintomas da doença há cerca de um mês e, mesmo debilitado, fez algumas viagens ao Rio de Janeiro e à Bahia. Ao voltar para Belém, procurou atendimento médico onde recebeu receitas e foi orientado a ficar em casa, fazendo aquele famoso isolamento.
Na verdade, ele tentou esconder seu estado de saúde, como contou sua irmã nas redes sociais. Segundo ela, Gutto aparecia de forma discreta em alguns lugares, mas o quadro foi se complicando e as lesões se espalharam pelo corpo, atingindo desde os pulmões até os sentidos, como a fala e a visão.
No último dia de vida, Gutto não conseguia nem se alimentar, com uma obstrução no nariz e na boca. Na manhã em que faleceu, a família acionou o SAMU. Ele foi levado ao hospital e encaminhado ao CTI, mas infelizmente não teve como resistir e faleceu no mesmo dia.
A família, claro, não ficou calada e criticou bastante o atendimento recebido. Segundo eles, Gutto não teve o monitoramento adequado e os médicos alegaram que as lesões na pele tornavam difícil colocar os sensores. Além disso, disseram que não havia profissionais suficientes para cuidar dele direitinho.
A Secretaria Municipal de Saúde de Belém comentou que o cantor recebeu orientação inicial e, ao retornar no dia 22, já estava em um estado pior, devido a comorbidades. A médica infectologista que cuidou dele fez o que pôde, mas, infelizmente, o resultado foi trágico. As causas da morte ainda estão sendo investigadas pela Vigilância Epidemiológica, mas um fato é certo: Gutto completaria 40 anos no dia 27 de abril.
E para quem ainda não conhece a monkeypox, essa doença é causada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus, que pode ser transmitido através de contato com animais silvestres, pessoas infectadas ou materiais contaminados. Os sintomas mais comuns incluem uma erupção na pele parecida com bolhas, que pode durar de duas a quatro semanas, e pode vir acompanhada de febre e dores diversas. O sistema imunológico, na maioria das vezes, dá conta do recado e a cura acontece sem intervenção. No entanto, a realidade é que cada caso pode ser único e fazer um check-up sempre é uma boa pedida!
