Maia Hazel decidiu colocar sua voz na roda sobre a polêmica que rolou em torno do filme “Geni e o Zepelim”, adaptação daquela canção icônica do Chico Buarque, sob a batuta da diretora Anna Muylaert. Desde que anunciaram o elenco, a produção virou alvo de críticas, principalmente por escolher a atriz cisgênero Thainá Duarte para interpretar Geni.
Hazel, que ficou famosa na novela “Quanto Mais Vida Melhor” como a Morte (e fazia isso com uma elegância!), não ficou calada. Ela ressaltou que escolher atores para esses papéis icônicos não é só uma questão de arte, mas também um bate-papo sobre representatividade e identidade. Afinal, representar quem somos é fundamental!
A atriz, com toda a sua propriedade, disse: “Eu sou preta, sim. E queria fazer Geni.” Isso porque ela tocou na ferida do apagamento de corpos trans e pretos em histórias que falam diretamente sobre essas vivências. “Parece que não sou preta o suficiente para viver Geni nas telonas brasileiras. Essa escolha me afeta — não só como atriz, mas como mulher preta, periférica e trans.”
E ela não parou por aí! Maia compartilhou um pedaço de sua história, relembrando sua bisavó, Maria Cristina da Silva, que chegou ao Brasil em um navio negreiro. “Essa é a história do meu sangue. Da minha pele. Da minha origem.” Uma história com bastante peso, que molda sua visão e seu papel na sociedade.
Ela deixou claro que não está reclamando por reclamar; seu recado é de quem carrega uma história e uma responsabilidade. “Não conto histórias tristes atrás de compaixão — até porque nunca pedi cota, pois entendo o colorismo e os espaços que ocupo.”
Quando o assunto foi preparação para o papel, Maia foi firme: “Estou pronta. Estudei. Pesquisei. Tenho um currículo que foi construído com suor, dor e muita dedicação.” Se não bastasse toda essa bagagem, ela ainda terminou sua fala desejando sucesso ao projeto, mas não sem antes lembrar da importância de discutir o apagamento de narrativas reais: “Desejo axé para esse filme, de coração. Mas o que estão fazendo com minha identidade é mais uma violência simbólica. E preciso deixar claro: VOCÊS NÃO VÃO ME APAGAR!”
Com Maia na jogada, a discussão promete!