Lyle e Erik Menéndez, os irmãos que viraram protagonistas de um dos dramas familiares mais famosos dos anos 90, ressurgiram no tribunal de Los Angeles nos dias 17 e 18 de abril, com um plano audacioso: tentar reverter a sentença de prisão perpétua por terem tirado a vida dos próprios pais, José e Kitty Menéndez, em 1989. A audiência começou às 13h30 de Brasília (9h30, horário local) e promete ser um verdadeiro espetáculo por dois dias.
Os manos, que já estão cumprindo pena há mais de 30 anos, afirmam que a motivação para todo esse trágico episódio foi o abuso psicológico e sexual que sofreram na infância. A defesa dos caras, liderada pelo advogado Mark Geragos, é clara: eles eram vítimas. “Eles não são monstros, são sobreviventes”, garantiu o advogado por aí.
Na primeira versão da história, Lyle e Erik tentaram colocar a máfia na jogada, já que papai José era um magnata da música. Mas, como em todo bom roteiro cheio de reviravoltas, a estratégia mudou no julgamento. A defesa finalmente assumiu que sim, eles cometeram o crime, mas com a justificativa de que estavam tentando se proteger de um pai abusador.
O primeiro júri não chegou a um veredicto, mas no segundo, ambos receberam a fatídica sentença de “prisão perpétua sem chance de liberdade condicional”. A acusação ainda garantiu que o crime foi premeditado para que os irmãos pudessem herdar uma bolada de 14 milhões de dólares. Sim, você leu certo: uma fortuna que na época era um bom dinheirinho e que hoje equivaleria a mais de R$ 82 milhões!
O caso deu uma revigorada na mídia nos últimos tempos, principalmente devido a uma minissérie e um documentário da Netflix que trouxeram novos olhares sobre a história. O apoio nas redes sociais começou a bombar, com a defesa afirmando que os irmãos têm se comportado como verdadeiros modelinhos na prisão.
Entretanto, o promotor-chefe de Los Angeles, Nathan Hochman, não está muito a fim de dar uma folguinha para Lyle e Erik. Ele manifestou que os irmãos continuam “sem assumir a responsabilidade por esse crime horrendo” e não reconhece nenhuma nova evidência que justifique uma mudança de sentença.
Hochman até tentou barrar o pedido de reavaliação feito por seu antecessor, mas o juiz Michael Jesic não cedeu e a audiência seguiu em frente. A ideia é descobrir se esses dois ainda representam uma ameaça à sociedade e, assim, avaliar a possibilidade de revisão da sentença. Geragos, sempre otimista, deixou a porta aberta e comentou que pode rolar uma aparição de Lyle e Erik no tribunal, para fazer sua defesa ao vivo. Porém, ele também reconheceu que essa seria uma jogada de alto risco, considerando toda a bagunça que envolve o caso.
Agora, com 57 anos para Lyle e 54 para Erik, os irmãos têm recebido elogios dos funcionários da prisão pelo seu comportamento tranquilo nos últimos anos. Seus apoiadores juram que eles estão prontos para voltar à sociedade e que o contexto de abuso familiar deve ser levado em conta, porque, né, toda história tem dois lados.
A Justiça parece estar com um ar enigmático: o juiz não vai tomar uma decisão imediata nesta audiência, mas irá considerar todos os argumentos. Até lá, Lyle e Erik Menéndez permanecem na “quarentena” penitenciária, aguardando o desfecho de uma das histórias mais impactantes da década de 90.