“Sangue nos Olhos: O Eterno Ousado que Nunca Chega ao Cinema!”
Parece que alguns livros estão mais para fantasmas do que para adaptações cinematográficas, não é mesmo? Eles ficam ali, no limbo das ideias, com diretores, roteiristas e atores tentando colocar aquele “plot” na telona, mas sempre abortando a missão. Um exemplo clássico dessa saga épica é o famoso “Blood Meridian”, do Cormac McCarthy. Se preparem, porque a história é de dar nó na cabeça!
Publicada em 1986, a obra é tipo a versão hardcore de um faroeste, com comparações ao nosso “Grande Sertão: Veredas”, do Guimarães Rosa. Ambos falam de religião e a eterna luta entre o bem e o mal. Mas enquanto Rosa traz uma visão poética do sertão, McCarthy nos apresenta “Kid”, que na verdade não tem nome e narra as peripécias da gangue Glanton. E confiança total: essa turma não é de brincadeira! Eles são conhecidos por massacrar indígenas e atravessar a fronteira dos EUA e México só por aquele gostinho sádico de violência (sem contar a recompensa, claro!).
O chefe dessa bagaça? O Juiz Holden, um personagem que parece ter saído de um pesadelo. Alto, educado e com uma pele tão pálida que dá para refletir o sol nele, ele se diverte destruindo tudo ao seu redor, incluindo crianças e pobres animais. Uma verdadeira lenda, não?
“Cruz Credo! Por que Não Consegue Sair da Prateleira?!”
Por mais que o livro tenha se tornado um clássico americano, sua fama de “inadaptável” é quase lendária. Estudiosos e críticos se digladiam sobre sua escrita polêmica e a dose cavalar de violência e elementos sobrenaturais.
Mas não podemos deixar o sangue secar! Quatro tentativas de adaptação já foram feitas! A primeira, nos anos 90, ficou nas mãos do roteirista Steve Tesich e, cinco anos depois, o querido Tommy Lee Jones quis ser o Juiz Holden, mas os estúdios não estavam muito afim de trabalhar com sangue – e a ideia foi pro buraco.
Depois, em 2004, o maestro Ridley Scott tentou botar a mão na massa com Scott Rudin. Um roteiro até foi escrito, mas a pancada de violência que permeia a obra mais parecia um pé na porta, e mais uma vez a tentativa naufragou.
A terceira investida veio pelas mãos do talentoso James Franco em 2011. Ele e o diretor Andrew Dominik chegaram a filmar uns 25 minutos, mas com todos os problemas de direitos e mais tretas, a imagem de Holden voltando à sua cadeira de couro foi suspensa.
“A Última Esperança: A Eterna Promessa”
E agora, em 2023, a história reacendeu com o diretor John Hillcoat no comando. Ele tem um carinho especial por McCarthy e está aqui para colocar seu próprio tempero “faustiano” na adaptação. Mas, para variar, ainda não se sabe quem vai encarnar esses personagens ou quando veremos a coisa acontecer.
E assim, “Blood Meridian” continua sua trajetória de 30 anos não filmada. Chega a ser uma piada, não? O amor por adaptações de clássicos continua, mas parece que esse vai ser mais um caso de “e se…” na história do cinema.