TikTok em Alerta: Adultização Perigosa Revelada!

Redação
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A cena pode parecer um cotidiano tranquilo, mas dá início a uma conversa bem séria. Em um vídeo que bombou no TikTok em 2023, uma garota com cara de criança diz que está “montando a marmita do marido”. Com mais de 2 milhões de visualizações e a hashtag #casadaaos14, esse perfil já conquistou mais de 190 mil seguidores e expõe uma rotina bem intensa de dona de casa.

Embora o conteúdo tenha cara de lifestyle, tem um fundo preocupante: meninas bem novas compartilhando suas experiências como se tivessem um casamento normal. Outra conta mostra “mini rotina, casada e grávida aos 14”, com hashtags como #cuidandodolar, que quase soam como um convite para a responsabilidade adulta parecer uma coisa incrível. E não para por aí: já são centenas de vídeos com a mesma pegada, abordando casamentos em idades que a lei brasileira considera inaceitáveis.

A situação foi tão alarmante que o TikTok precisou remover alguns conteúdos e perfis depois que a galera começou a se perguntar se isso era certo. A plataforma falou que o material violava suas regras, mas, acredite ou não, isso ainda não é considerado crime. Especialistas estão gritando: essa romantização de casamentos infantis não é nada legal e só reforça padrões de desigualdade.

E o que o ECA Digital, a nova lei que protege crianças online, tem a ver com isso? Muito! Essa legislação está colocando um olho bem atento sobre o que rola nas redes sociais e exige que as plataformas façam sua parte para proteger a molecada.

A pesquisadora Mariana Zan, que entende tudo do assunto, comenta que esse fenômeno distorce a visão sobre relacionamentos. Menores de 16 anos não podem se casar nem com o consentimento dos pais, mas na internet, isso vira uma grande brincadeira. O que deveria ser sério acaba sendo visto como “aceitável” e “bonitinho”, mas estamos falando de coisas profundas como violação de direitos e estereótipos pesados.

Segundo o Censo de 2022, cerca de 34 mil crianças entre 10 e 14 anos estão casadas, e adivinha? 77% são meninas. Mesmo que os especialistas digam que o número pode estar superestimado, a situação reflete algo bem real no nosso país.

Por trás dos vídeos românticos, existe uma busca insaciável por likes e validação social, e a coisa fica ainda mais escabrosa quando se descobre que muitos perfis são tocados por adultos que só querem atenção. Esse tipo de conteúdo gera um ciclo vicioso, onde mulheres jovens são levadas a achar que casar cedo é o caminho certo, e acabam caindo em histórias de relacionamentos com homens bem mais velhos.

A união estável? Não rola para quem tem menos de 16 anos, claro. As consequências dos casamentos infantis são bem pesadas: pobreza, evasão escolar e tudo que não queremos para nossas crianças.

A aprovação do ECA Digital, especialmente após os escândalos expostos pelo influenciador Felca, veio para puxar a orelha das plataformas e fazer com que fiquem mais atentas. Agora, os perfis de menores precisam ser vinculados a responsáveis, e conteúdos inadequados são removidos com a rapidez que um influenciador leva para fazer uma dancinha nova.

No fim, é urgente debater a responsabilidade digital. O que parece inofensivo pode ter altas consequências, e a internet, que deveria ser um espaço para a criatividade, volta e meia se transforma em armadilha. Então vamos ficar de olho na tela e nas histórias que estamos contando!

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