“Em 2008, a China fez metrô no deserto – e quem diria que não era só para passear com as perdizes?”

Redação
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Nas últimas semanas, circulou um vídeo que mostra que, quando se trata de construção civil, a China está muito à frente do resto do mundo. Na verdade, algo fascinante acontece em Pequim: você pode encontrar uma entrada de metrô vazia, onde não há nenhum empreendimento, apenas um terreno baldio. A realidade é outra, porque se você voltar ao mesmo lugar alguns anos depois, o cenário será completamente diferente.

A China é especialista em planejamento a longo prazo

A expansão urbana chinesa dos últimos vinte anos consolidou uma característica estrutural. A infraestrutura (em particular o metrô) é construída antes que exista a cidade que ela servirá. Esse avanço deliberado produz uma fase visível de “vazio”, com estações enterradas em terrenos baldios, acessos entre mato sem ruas nem comércio, plataformas profundas e desertas sob solos sem residentes.

Os dados de um estudo realizado em Wuhan mostram que o simples fato de ter um metrô nas proximidades aumenta significativamente o valor dos imóveis comerciais em um raio de até 400 metros, mesmo que ainda não haja cidade ao redor. A linha funciona como uma prova de futuro que pode ser monetizada.

Em grande escala, o Estado lançou, desde 2008, uma onda de novas cidades e redes (milhares de quilômetros de metrô em poucos anos) que reduziram o congestionamento e atraíram investimentos. Mas esse traçado antecipado nem sempre veio acompanhado de escolas, hospitais ou boas conexões de último trecho, o que impediu que as pessoas deixassem os centros saturados e prolongou a fase em que as novas áreas parecem vazias. A infraestrutura chegou primeiro, e a cidade demorou mais para aparecer.

O caso de Chongqing

Caojiawan (a “estação no meio do nada”) resumiu a tese em apenas uma imagem, com acessos ocultos entre mato, sem ruas nem residentes. Chongqing reforça o padrão com sua engenharia de profundidade, a conexão intermodal extrema e o superinvestimento antes da demanda. Em escala municipal, o mesmo padrão percorre sua rede de viadutos e linhas, com uma infraestrutura radicalmente antecipada para induzir trajetórias urbanas futuras.

Cidades fantasmas como fase

A Nova Área de Lanzhou passou primeiro por anos de silêncio e depois por um despertar lento, com a chegada de pessoas aos poucos, embora ainda haja dúvidas sobre os números.

Os urbanistas que acompanharam sua evolução afirmam que chamar de “cidade fantasma” é confundir uma fase com o destino final: esses projetos são concebidos para prazos de 15 a 20 anos, não para serem julgados em 3 a 5 anos. Em outras palavras, o Estado não constrói para o presente, mas para o momento em que a população ultrapassar um certo limite. Sob essa ótica, o vazio inicial não entra em conflito com a iniciativa, simplesmente faz parte do cronograma previsto.

Da construção à operação

Uma vez construída a rede física, o principal problema já não é cavar túneis, mas sim fazê-los funcionar bem. Há uma grande quantidade de estações com uma única entrada que ficam congestionadas, transferências longas e mal resolvidas, falta de grandes pontos de conexão entre linhas e ausência de vias preparadas para trens rápidos que ultrapassem os lentos, porque essas decisões não foram pensadas desde o início.

A mesma lógica de “primeiro construímos e depois vemos” agora gera problemas de circulação, segurança, acessibilidade e resposta a chuvas extremas, como mostrou o caso de Zhengzhou. O jornal The Guardian relatou que, para passar de “construir rapidamente” para “funcionar bem”, é necessário redesenhar tendo em mente a experiência do passageiro, e não apenas a do engenheiro civil.

A China transformou em norma uma ideia que inverte a ordem habitual no Ocidente. Não se constrói o metrô porque já existe uma cidade, mas para que a cidade exista depois. As entradas das estações hoje vazias são, na sua lógica, o primeiro passo material dos bairros futuros, dentro de um plano que assume prazos longos e aceita períodos de vazio como parte do preço de forçar a urbanização.

O risco está no custo financeiro e na transição de “construir” para “fazer funcionar”, mas a vantagem é poder capturar valor e moldar a cidade com antecedência. O que hoje parece um excesso improdutivo, em uma escala de vinte anos, é apenas a primeira fase.


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